24 de junho de 2009

“Aim for the stars and maybe you can reach the moon”

Bom, voltemos ao período em que fazia o meu doutoramento inserido no fantástico GASA. Era incrível a mentalidade ganhadora que o António Câmara conseguira imprimir a todo o grupo. A elevada auto-confiança e auto-estima das pessoas, obviamente cimentadas em conhecimento, leva-as a pensar em grande, a não ter medo, a tentar atingir objectivos que outros consideram impossível. Era isso que acontecia no GASA. A investigação científica que lá se realizava era competitiva em qualquer parte do mundo. Verificávamos isso mesmo nas muitas visitas que fazíamos a laboratórios de topo nos EUA, Holanda, Alemanha ou Itália, entre outros países, ou na elevada aceitação dos nossos artigos científicos, publicados nas melhores revistas e conferencias internacionais.

Em termos estratégicos existem duas formas de conduzir o processo de investigação científica: seguindo uma aproximação incremental, obtendo pequenos avanços sobre trabalhos desenvolvidos anteriormente, de forma segura e organizada; ou tentando criar avanços disruptivos através de processos intensamente criativos, por vezes até algo caóticos e anárquicos, em que o risco de falhar é grande, mas a recompensa em caso de sucesso é enorme. O GASA seguia indubitavelmente a segunda estratégia, levando toda a equipa a pensar sem limites prévios, investigar sem preconceitos ou restrições, acreditar que é possível chegar a uma solução, questionar construtivamente os resultados obtidos e a estimular um nível de criatividade quase frenético. Foi, aliás, esta forma de estar que permitiu a conjugação de factores necessária à criação da YDreams seis anos mais tarde...

Há uma expressão em língua inglesa de que gosto muito: “Aim for the stars and maybe you can reach the moon”. No GASA, percebi o seu verdadeiro significado: a melhor forma de conseguir alcançar um determinado objectivo é, logo à partida, desenhar a estratégia para tentar ultrapassá-lo, ir ainda mais além. Ou seja, se logo de início nos contentarmos com resultados médios, muito provavelmente nunca os atingiremos e certamente nunca chegaremos sequer perto de objectivos verdadeiramente importantes... Não tenho dúvidas em afirmar que essa maneira de abordar a investigação científica teve uma influência decisiva na minha formação, tanto humana como científica, tanto na minha vida pessoal como profissional.

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