19 de junho de 2009

Ultrapassa o teu Patamar de Conforto e... SUPERA-TE!!

Qual a importância do episódio do post anterior para este blog? Respondo-te com um exemplo desportivo. Quando o Cristiano Ronaldo dizia que iria ser o melhor jogador do mundo, muitos riam-se e desdenhavam, dizendo que ele só sabia agarrar-se à bola e fazer uma belas fintas e que era um grande vaidoso com a mania das grandezas. Ele poderia ter ficado no Sporting e ser a figura da equipa, um ídolo para alguns milhões de pessoas, uma estrela nacional, manter-se no seu patamar de conforto. O que fez ele? Rumou ao Manchester United com 17 anos e aceitou envergar a camisola número 7, a mesma dos míticos Beckham, Best e Cantona, verdadeiros heróis entre os adeptos do gigante de Manchester. Ninguém o conhecia. Hoje é o melhor do mundo e, aos 24 anos, ganhou praticamente todos os títulos individuais e colectivos que havia para ganhar. Acreditou em si próprio, trabalhou e lutou muito, arriscou, foi arrojado... venceu!

Há cerca de dois anos fui aconselhado pelo Dr. Manuel Passarinho a contratar sessões com um Personal Trainer, no ginásio que frequento, devido a um problema de costas que me começava a impedir de ter uma vida saudável, principalmente a nível desportivo. Lá iniciei as duras sessões de reforço abdominal e lombar, que aconselho vivamente a todos os que sofram de hérnia discal lombar, lesão muito corrente em ciclistas. Ao final de poucas sessões a Carla Rodrigues, minha PT e hoje também uma grande amiga, diz-me que como eu já estava a conseguir cumprir todo o plano de exercícios... teria de o alterar! Sim, depois de semanas a “sofrer” para conseguir fazer todos os exercícios “impossíveis” que me pedia, ia mudar o plano? Agora que até já nem me custava muito fazê-los! Pois, era precisamente esse o problema, tinha encontrado o meu patamar de conforto e para evoluir teria de ir mais além, voltar a desafiar os meus limites, procurar novo patamar. E foi subindo de patamar em patamar que hoje consigo fazer uma vida perfeitamente normal. Frequento todas as aulas de RPM ou Power Bike que me apetecer e voltei a praticar BTT. Se me tivesse habituado à situação, ou mantido o nível de treino inicial, continuaria a ter uma vida condicionada.

Os episódios que acabo de referir são importantes para ilustrar uma importante conclusão: embora todos nós tenhamos a tendência natural para prolongar uma situação em que nos sentimos confortáveis e manter um conjunto de rotinas que nos são familiares, para conseguirmos um salto disruptivo nas nossas vidas temos de sair dessa conjuntura. Respirar fundo e ir para alem do nosso patamar de conforto. Sem medos, sem complexos, sem ouvir os profetas da desgraça e, sobretudo, sem olhar para trás. Podemos tropeçar ou cair, mas se nunca tentarmos, estaremos condenados a uma existência medíocre e amargurada, a uma vida de lamentações e protestos, como se outros tivessem a obrigação imperativa de nos proporcionar uma vida melhor, mais interessante, mais vibrante.

E atenção! Isto aplica-se tanto a uma pessoa com espírito rebelde e empreendedor, que pretende desenhar ela própria a sua vida, sem usar borracha, como a alguém que tenha um emprego para a vida e que preze a estabilidade acima de tudo. Para ambos a vida será muito mais interessante, compensadora e produtiva se conseguirem ultrapassar os vários patamares de conforto em que se encontrarão em diversas etapas das suas vidas.

2 comentários:

caramurui disse...

hummm... agora percebi porque é que no outro Domingo insistias em subir montado aquela parede na Arrábida, qd todos já iam a pé. Tenho de ver se essa ultrapassagem do patamar de conforto era permitida pelo regulamento da prova :-)

neqm disse...

Obrigado pela partilha.

É importante e inspirador estas lições.