8 de junho de 2009

Antecedentes I

Embora sempre tenha gostado de tecnologia, nunca fui um programador nato, mas gostei de tirar o curso de Engenharia Informática. Em 1987, quando entrei para a universidade, esta licenciatura apenas era oferecida, em Portugal, em dois locais: Universidade Nova de Lisboa e Universidade de Coimbra. Por residir na Grande Lisboa optei pela primeira. Fi-lo em boa hora.

Para meu espanto e contentamento nada na FCT/UNL seguia o estereotipo da Universidade de então. As instalações estavam situadas no meio do campo, havia rebanhos de ovelhas a pastar dentro do recinto e todo o ambiente era muito calmo e descontraído. As aulas decorriam com uma informalidade pouco comum para a época e a proximidade entre alunos e professores era, em geral, muito grande. Isto para alem da boa qualidade técnica e pedagógica da maioria dos docentes, muitos deles jovens com 25-35 anos.

Sim, o curso era interessante e sentia-me a ficar bem preparado para enfrentar o mundo do trabalho, mas... faltava aquele “click”... a cereja no topo do bolo... a razão de ser de 17 anos de estudos.

A cereja apareceu em 1991/92, no meu quinto e último ano, quando começaram as aulas duma disciplina que mudaria a minha vida: Sistemas de Apoio à Decisão ou, como lhe chamávamos, SAD. Um nome cujo significado em inglês nada tinha que ver com a surpresa que se avizinhava. Era regida por um jovem professor chamado António Câmara, recém-chegado dos EUA, após 10 anos de intensa actividade científica no pais mais competitivo do mundo.

Muitos de nós ficaram imediatamente fascinados pelo seu magnetismo, entusiasmo, visão, abertura a novas ideias, actualidade e conhecimento científico geral. Outros, claro, ficaram chocados pelos mesmos factores pois a dinâmica imprimida era realmente avassaladora. Era a típica pessoa que faz jus à expressão “hate him or love him”. Desde os métodos pedagógicos à avaliação, passando pelos conteúdos, tudo era inovador. Era como subitamente entrar para uma realidade paralela onde as aulas eram um momento único e os inúmeros trabalhos um divertimento, sempre com altos níveis de aprendizagem e, sobretudo, de crescimento pessoal e científico. 

Um comentário:

DiogoC disse...

Gosto deste género de histórias! Fico à espera do próximo post.