10 de junho de 2009

Antecedentes II - Confiança, Responsabilidade e Competência

Após um interregno de alguns meses, para desenvolver o projecto final de curso, inserido numa equipa de análise e programação de sistemas informáticos duma software house, fui convidado pelo António para criar o centro multimédia ISEGI/IBM, juntamente com mais três colegas de curso: Teresa, Alex e Jaime. Estávamos então em finais de 1992. No início de 1993 já tínhamos o centro completamente operacional, um dos primeiros do tipo em Portugal. Foi um ano muito divertido, em que, para além de trabalhar numa área emergente, aprendi a gerir um orçamento e a seleccionar e negociar as compras de equipamento.

Durante este primeiro ano de convivência diária com o António, percebi que a sua filosofia de trabalho se baseava em três grandes princípios orientadores: confiança, responsabilidade e competência. Estes seus três princípios basilares mantiveram-se intactos até hoje, independentemente do meio, académico ou empresarial.

Infelizmente, em muitas sociedades industrializadas, incluindo a portuguesa, as coisas simplesmente não costumam funcionar assim... à partida desconfia-se das outras pessoas, até muitas provas em contrário, não se lhes atribuem responsabilidades visto não se acreditar nelas e a competência nem sempre é o factor primordial para a atribuição de tarefas, avaliação de desempenho e consequente progressão profissional. Conto voltar a este assunto mais tarde, no contexto do ambiente de trabalho da YDreams, mas não pude deixar de o referir aqui, pela sua extrema importância para a minha formação.

Desde então passei a orientar-me por princípios semelhantes e, até hoje, nunca me arrependi!

No entanto, foi também em 1993 que tive de tomar a, até então, mais difícil decisão em 24 anos de vida. E entramos aqui noutro assunto muito importante: o factor risco. Embora todos nós tenhamos ouvido milhentas vezes o ditado popular “quem não arrisca não petisca” a minha geração não foi, de modo algum, preparada, ou educada,  para arriscar. Vivíamos na era do culto e da ilusão do emprego estável, da carreira para a vida. Digo ilusão por dois motivos. Primeiro, porque já todos percebemos que não é isso que o futuro nos reserva. Segundo porque, como vim a descobrir, eu também não quereria tal coisa!

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