10 de junho de 2009

“Whatever you think, think the opposite” ou "O Risco: o início"

Após um longo processo que durou vários meses, com dezenas de testes e entrevistas, fui contactado no final de 1993 pelo departamento de pessoal da Autoeuropa com a notícia de que tinha sido seleccionado para um cargo no departamento de logística. A selecção para esta área correspondia à vontade que demonstrei, durante o processo de recrutamento, de não ir trabalhar exclusivamente em informática. Para ainda tornar a proposta mais aliciante era-me oferecido um salário muito “simpático” e um plano de formação muito interessante, que incluiria diversas viagens internacionais.

Nessa mesma altura o António convida-me para fazer o doutoramento sob a sua orientação. Iria concorrer a uma bolsa da então JNICT (hoje FCT - Fundação para a Ciência e a Tecnologia)) cujos resultados deveriam ser conhecidos apenas no início de 1994. Entretanto, ainda sem ter tomado a decisão final sou chamado para assinar contrato na Autoeuropa. Ao chegar à impressionante fábrica da Ford/Volkswagen de Palmela sou informado que teria de lá voltar na semana seguinte pois a pessoa que tratava dos contratos tinha adoecido subitamente.

Aproveitei essa semana para reflectir e... liguei-lhes a dizer que iria tomar outro rumo. Era uma grande oportunidade de emprego? Sim, era. Era um emprego aliciante? Sem dúvida. Era um emprego mal pago? Não, nem por sombras. Era um emprego com um bom potencial de progressão na carreira? Era, sim senhor. Mas... era um emprego.

Ao invés, a opção pelo doutoramento era arriscada, sem qualquer garantia de bolsa, uma longa sessão de trapézio sem rede, um salto para o desconhecido... uma aventura. Mas era uma aventura muito estimulante do ponto de vista intelectual, orientada por uma pessoa fantástica e ainda por cima com um grande potencial de divertimento e de realização pessoal e profissional.

Fica descansado porque não pretendo contar-te a história da minha vida neste blog ;) Estou apenas a mencionar os factos que tiveram uma influência decisiva no meu percurso até à fundação da YDreams. Factos esses que foram criando as fundações que me permitiriam embarcar no grande desafio que surgiria em 1999. Portanto, não te preocupes, estamos quase lá!

4 comentários:

as.fases.da.lua disse...

eu não estou preocupado ;)

Ultratuga disse...

Bastante interessante o conteudo do blog. Também faço conta de em breve me lançar num negócio de risco e abandonar o emprego estável onde já estou á quase uma década. Acho que vou tirar daqui bons valores.

Sérgio Santos disse...

Óptimo trabalho com este blog, os artigos são bastante interessantes. Não há nada como conhecer e compreender a experiência pessoal de alguém que ajudou a fundar uma empresa como a YDreams.

Fica a faltar a referência ao livro do título de Paul Arden, que é recomendado de uma forma subliminal.

cidadao vagamundo disse...

Eduardo Dias, obrigado por este blog!
Assisti ha uns tempos a uma palestra sua, no IST da Alameda (enquadrada nas JEEC - http://jeec.ist.utl.pt/), na qual fiquei a conhecer a Ydreams.
Foi por certo das melhores senão a melhor palestra à qual assisti até hoje, quer pela pessoa quer pelo profissinal que demonstrou ser.

É com imenso agrado que leio algumas das suas vivências partilhadas aqui neste blog. Acredite que são uma inspiração.

Continuação de bom trabalho!